Esse é um assunto que tenho trabalhado desde quando chegamos em Londres, em 2010.
Antes de vir para Londres morávamos em São Paulo, uma cidade magnífica onde se encontra de tudo a qualquer hora do dia ou da noite. Com toda essa magnitude também tem o lado em que algumas coisas são distantes e por conta do trânsito, mesmo perto, o tempo que se leva para fazer as coisas é grande.
Em São Paulo não temos família, temos amigos muito queridos, mas nada como a mãe da gente que podemos ligar a qq hora do dia ou da noite sem medo de atrapalhar.
Por conta de tudo isso minha relação com o Chicletinho era de grude total. Para onde eu ia ele ia comigo. Eu tive babá, mas depois de um tempo percebemos que o papel dela em casa era obsoleto pois quem fazia tudo com o Chicletinho era eu mesma.
Abdiquei, feliz da vida, de baladas e jantares noturnos onde eu não poderia levar comigo meu pacotinho.
Chicletinho frequenta aulinhas desde seus 4 meses, comigo ao seu lado, e depois que começou a andar ia para a escolinha, e eu me achava mega ultra descolada - sem neuras.
Bem, chegamos em Londres .....
Percebi que mesmo Chicletinho estando com mais de 2 anos eu ainda o protegia demais. Não o deixava se aventurar numa subida de alguns degraus de uma escada, não o deixava comer sozinho, não o deixava a fazer muita coisa.
No fundo eu sentia um medo, acho, de que qualquer coisa de muito ruim com ele (normal?!).
Com o tempo comecei a soltá-lo cada vez mais e mtas vezes ainda levo algumas 'chamadas' - mãe me deixa, eu sei fazer sozinho ...
Na correria do dia-a-dia eu sei que tarefas simples como servir um copo de leite pode virar o caos, se vc está atrasada seu filho derrama o leite pela cozinha inteira....
Por outro lado aprendi que até os 6 anos temos que incentivar que nossos filhos desenvolvam:
- independência
- coordenação motora
- concentração
Essas 3 características irão acompanhá-los pro resto da vida e isso só os ajudará a lidar com todo e qualquer aspecto da vida. Na tomada de decisões, simples ou complexas.
Hoje meu Chicletinho ainda tem uma pequena dependência, criada por mim, mas estamos num trabalho diário para que ele se torne um homem independente e capaz de realizar suas tarefas sem depender muito dos outros.
Isso não quer dizer, em hipótese alguma, que não devemos contar com os outros. Mas se vc se sente confiante que é capaz o outro se torna um complemento não uma necessidade.
Próximo passo, aprender a andar de bicicleta e não precisar mais andar na garupa :))))
beijoo
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