sexta-feira, 8 de abril de 2011

Chegou o dia: Blogagem coletiva - Maternidade Real

Adorei o tema dessa blogagem coletiva !!!! E como a expert em vinhos, viagens e bebês - a Carol, convidou, eu topei fazer parte contando um pouquinho sobre a minha realidade da maternidade. Acho também que esses será um daqueles posts que estará em 'eterna' atualização ....


É, é tudo verdade quando nossas mães nos diziam; - ah quando vc tiver um filho você entenderá !!! Mais verdade ainda sobre o amor incondicional que só aumenta com o passar do tempo.

Nossa, como a prática é BEM diferente da teoria. Eu, que sou toda metódica, tive que aprender a conviver com o inesperado, o imprevisto. Vocês precisavam ver as minhas planilhas ... dava um trabalhão, mas eu adorava (a lôca será?!)

Quando engravidei já tinha 'desencanado' da idéia

Antes de tirar o DIU, em fevereiro de 2007, me preparei para engravidar. Tomei todas as vacinas necessárias (rubéola, hepatite, etc.), mas já estávamos no mês de setembro e nada havia acontecido ... diziam que eu engravidaria logo (lenda popular, pode demorar até 1 ano, varia de pessoa pra pessoa).

Aí desiludida, husband me faz a proposta de passar um tempo em Londres, blz vamos. "olha o imprevisto aqui' 1 dia antes da viagem (sim gente 1 diazinho apenas) fui fazer meus exames periódicos e, por via das dúvidas pedi um BetaHCG (eu já havia feito 5 exames de farmácia que deram o famoso falso negativo) eeeeeeeeeeeeeeee a atendente me entregou o exame com um sorrisinho maroto no rosto. Ah, mas vai ... eu estava no interior de Santa Catarina onde todos se conhecem coisa e tal ... minha irmã já tinha me alertado que as atendentes dos laboratórios são 'proibidas' de dar parabéns para os exames positivos pois tem algumas mães que não estavam tentando engravidar.

Peguei o exame e: P O S I T I VO e operante ... cheguei na casa da minha mãe (estava lá para me despedir já que iria passar uma temporada em Londres e husband estava numa viagem a Portugal) e contei sobre a gravidez. A princípio acharam que eu estava brincando.

Aqui vem a primeira teoria x prática: vc vai engravidar rapidinho ... na prática demorou muito. Acho que até se tivesse engravidado 1 mês após a retirada do DIU iria achar uma eternidade.

Tudo certo, viemos pra Londres ... mas eis que o meu pequeno já demonstrava, mesmo em seus poucos dias de vida em minha barriga, que a minha vida 'não me pertencia mais' em sua totalidade. Essa realidade dura até hoje. A vida das mães pára, pq normalmente o 'provedor fiannceiro' é o homem, quem ganha mais etc.. Filho ficou doente, reunião na escola, consulta no pediatra - tudo a mãe pq papi não pode parar de trabalhar (aqui em casa é assim).

Em dezembro de 2007 voltamos a morar no Brasil, pois tive um sangramento e preferia ser tratada conforme a minha cultura ... a gravidez transcorreu tranquilamente e perfeita, com excessão dos muitos e muitos quilos a mais.

Bom, logo no 1o dia quando chegamos do hospital com o nosso 'pacotinho' nada mais foi o mesmo!

Vamos a teoria x prática do dia-a-dia com um filho

o sono

TEORIA PRÁTICA
Mesmo recém nascido é preferencial que ele já durma no seu próprio quarto Culpa minha sim. Não consegui, deixar meu bbzinho tão 'inho' dormir sozinho
Deixar o recém nascido no berço ainda acordado para que pegue no sono sozinho Ah gente, não consegui novamente. Lembro perfeitamente da minha fala para a minha mãe, que me orientava. - Ah mãe, 'ninei' tanto os filhos dos outros, meus sobrinhos e não vou fazer isso com o meu filho???
Os bebês, mesmo os recém nascidos, precisam de um 'tempo' sozinhos em seu berço. É bom para seu desenvolvimento Ah pára né. JP acordava e a lôca da mãe dele, no caso eu, corria na ânsia de estimulá-lo ao máximo.
Se me arrependo? Um pouco. JP até hoje, com quase 3 anos, não dorme a noite inteira sozinho e sempre pede: mamãe me faz dormir? Mas em compensação, é um menino inteligente, confiante, amoroso, um dengo comigo e o papai

a amamentação
TEORIA PRÁTICA
Prepare-se, fisicamente e emocionalmente para esse momento, é a melhor coisa do mundo! É um sentimento maravilhoso, de poder e ao mesmo tempo muito louco, pois o alimento do seu filho sai de você (eu me sentia a própria vaca-leiteira). Só amamentei o JP por 40 dias, fiquei um pouco triste muito mais pelas cobranças familiares do que pelo fato em si. As pessoas que colocam na sua cabeça que é um horror não dar de mamar no peito, pura lenda. (sei de todos os benefícios). No nosso caso, JP e eu, foi melhor pois ele tinha intolerância a lactose e meu leite não fazia bem pra ele. Suspirei aliviada, pq as madrugadas com peito rachado, sangrando e doendo muito não foram evitadas mesmo com os meses de preparação do mamilo (não gostaria de passar por todo esse sofrimento novamente).
Aprendi que o clima de cumplicidade do momento 'mamar' continuou mesmo com a mamadeira. Acredito que o momento é mais importante do que de onde vem o leite …

o dia-a-dia depois da maternidade
TEORIA PRÁTICA
aproveite o tempo em que o bb dorme durante o dia para descansar também Tá bom, mas que horas eu vou no banheiro - lavo meu cabelo. Ah, esqueceram de avisar pro meu organismo também se organizar nesse período.
Mãe é simples, vc dá de mamar depois coloca ele pra arrotar e colocar no berço (ah sim claro, depois de ter filho seu nome passa a ser Mãe) E quando vc passa mais de 1 hora e o bb não arrota???? E se isso acontece às 2hrs da madruga??? Sorry pediatra de 'mãe recém nascida' tive que te acordar pra saber que ele não precisa arrotar sempre depois de cada mamada, basta deixá-lo empezinho no seu colo por 20 minutinhos e pode deitá-lo que tá tudo bem. (lembram do sono que não pode ser dormido com medo do menino engasgar??? há o pediatra do JP no Brasil é homem, aposto que se fosse mulher não falaria isso)
Voltar ao trabalho vai te fazer bem, essa saudade é saudável para ambos Hein ?! Quem escreveu isso na teoria deve ter sido um HOMEM! Por mais que seja bom para ambos, DUVIDEODÓ que a mãe, em 4 ou 6 meses com a cria, se sinta preparada emocionalmente para a 'separação'

a socialização, birras e afins
TEORIA PRÁTICA
se seu filho resolver fazer birra no meio doo shopping lotado, ou na frente da nursery sendo vocês observaod por diversas mães, mantenha a calma, abaixe-se, olhe no olho e converse com seu filho ele vai te obedecer piada, pq aos quase 3 anos eles querem mesmo mostrar que comandam a nossa vida e têm vontade e personalidade próprios, ou vc é mais enérgica e coloca o filhote no carrinho e fecha a capa de chuva para ele não se molhar e deixa ele espernear ou fica lá tentando fazê-lo ouvir oq vc diz (boa sorte)
se seu filho for mordido ou estapeado ensine a expressar com palavras o seu descontentamento nem sempre vc está presente nesse momento e torce para que seu filho aprenda a se defender
a conversa olho-no-olho resolve quando ambos estão calmos, não no momento da birra …
sim eles são mais inteligentes do que suspeitamos

E depois de 2 anos de volta à Londres

Pois é, o mundo gira redondinho e cá estamos nós novamente.

A forma como lidamos e educamos nosso filho, apesar da cultura diferente, continua a mesma. Pq isso é uma questão de valores.

A adaptação de ir para todo lugar com o JP no começo é um pouco estranha, pois antes deixávamos o pequeno em casa (sempre com alguém muito responsável é claro) para privilegiar a rotina dele.

# Mas aqui em Londres a história é diferente, onde a hora de trabalho de uma babá gira em torno de 10 libras e são pessoas que você realmente não conhece não me agrada. Então minha vida é de dedicação total ao pequeno. O tempo em que ele está na Nursery eu estou nas aulas de inglês.

# Jantar a 2 são BEM raros e não consigo ficar tranquila. A sensação é a mesma de quando ele era recém-nascido e eu precisava me ausentar por algumas horas (ligo a cada 30min). Não adianta, até me acostumar o perrengue é esse mesmo.

# Pediatra é um post a parte, completamente diferente. Oq faço na realidade é torcer para ele não precisar ir, pq resfriado/gripe é inevitável e aí santos os nossos amigos e familiares que quando viajam pra cá nos trazem o Kit completo com remédios: desalex, alivium, novalgina, a vitamina diária .....

# Nursery para a idade do JP é muito mais recreativa. Não vou escrever sobre isso hoje pq estou revoltada. (fui pegar o JP e ele havia se molhado brincando e as infelizes tiraram a camiseta dele de dentro e deixaram o pequeno apenas com o casaquinho de linha - que deve pinicar monstro - mesmo com uma 2a troca de roupa na mochilinha dele. E olha que não é em qq uma não... mas tudo bem, já estamos de olho em outra)

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Gente, só sei que cada dia é um aprendizado ... dias de erros e acertos, sempre pensando no melhor para meu pequeno. Paciência é algo que deve ser praticada todos os dias.

Aliás paciência é algo que em algum momento falta pra todo mundo. Não se culpe se um dia vc se exceder, oq não pode é isso virar hábito.

Informação demais não ajuda, atrapalha! chegou uma hora em que eu lia tanto que eu dava tanta atenção aos conselhos que os outros insistiam em me fazer ouvir, sim pq todo mundo precisa opinar em como vc deve agir com seu filho que peloamor.

E outra, a leitura me fazia ter uma idealização da maternidade. Quando fosse amamentar sininhos iriam tocar, cheirinho de flor no ar ... gente, PRA MIM, foi péssimo. Doeu pra caramba, meu peito racho até sangrar, eu chorava cada vez que o momento se aproximava. Não consegui continuar pq JP teve intolerância, como comentei. Depois desse dia nossas vidas melhoraram muito.

Aprendi muito com a prática que não consigo ser a Mulher Maravilha e que eu erro. Sou muito perfeccionista e tenho aprendido a busca pela perfeição de lado para aproveitar melhor os dias com meu pequeno.

Um dia cheguei no consultório do pediatra do JP em Sampa e falei: estou com depressão não aguento mais, é muita coisa, não dou conta. Ele riu e disse: acho que tá na hora dele ir pra escola! Sim, pq vc precisa ter qualidade de tempo com o seu filho e não quantidade. Muito melhor 2hrs ou 3hrs de qualidade do que o dia inteiro com vc estressada do lado dele! (palavrinhas mágicas)

Nada nada nada nesse mundo é mais importante do que meu filho e sim, acho que uma das únicas coisas que a prática é exatamente igual à teoria: não mexa com a minha cria que viro uma leoa!

Minha mãe me disse numa conversa, entre um chimarrão e outro: - Vcs, mães modernas, se culpam demais! Não pode isso, tem que fazer aquilo .... maternidade é algo instuitivo. Sim, vale a pena ler para entender um pouquinho como a coisa funciona, bah! Mas vcs fazem uma tempestade com coisas tão simples (o papo começou pq liguei pra ela qdo JP ainda era bbzinho dizendo que enquanto mamava JP fez um movimento brusco e bateu a moleirinha com força na minha cabeça e eu aos prantos corri com ele pro pediatra ... a resposta do pediatra: a moleira do bb não é tão frágil assim! - ah, mas eu tinha lido que é muito sensível que precisamos ter muito cuidado e blá blá).

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Não existem palavras que expressem com tamanha exatidão o amor profundo que sentimos por nossos filhos, só sentindo 'na pele' mesmo. Muitas vezes acho que não vou dar conta, ai ai Dr. Jairo faz falta, mas aí vem aquele serzinho com seus 90 e poucos centímetros e seus quase 15 kgs com seu sorrisinho lindo e te pergunta: mamãe c tá feliiiizzzz???? ai ai não tem nada melhor no mundo do que uma beijoca melecada e perceber que o amor é recíproco na sua totalidade!

Filho: mamãe te ama mais que tudo e faz o melhor que pode sempre pra te ver feliz, muito feliz!

5 comentários:

Grazi, mãe do Principe disse...

LI, ADOREI O POST, MUITO LEGAL É BEM POR AI QUERIDA O QUE IMPORTA NÃO É A QUANTIDADE E SIM A QUALIDADE E SUA TABELA SOU EU TODINHA VIU RSRSRS .
BJUS
GRAZI

Mirys Segalla disse...

ADOREI as tabelinhas!!!!!
Você é professora, mulher?

A nossa participação tá aqui ó:
http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com/2011/04/maternidade-real-mae-pode-querer-ser.html

Bjos e bençãos.
Mirys

Mirys Segalla disse...

Li:

A-DO-RO suas mensagens de amor para o JP, no meio dos seus textos! Um dia, quero ser tãããão inspirada...

A nossa participação tá aqui ó:
http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com/2011/04/maternidade-real-mae-pode-querer-ser.html

Bjos e bençãos.
Mirys

Dani disse...

Esses beijos melecados são tudo de bom!!

Parabéns pelo post...

Letícia Lopes disse...

Muito legal o post.
Acho que mãe é tudo igual afinal. Com a Giovanna passei poucas e boas. Me desesperava por tudo e por nada rs. O que me "salvou" foi ter mãe enfermeira com mais de 30 anos de experiência em pediatria e marido na terceira filha.
Beijos